Sabemos onde eles se escondem.
19-01-2017 12:52As dificuldades deste ano de 2017 não devem ser menores que as do ano passado - que foi um dos mais difíceis para a sociedade e as empresas.
Uma complicação que se iniciou no meio político e terminou por contaminar a economia num processo quase que implosivo.
Mas porque iniciou no palco político e não no judiciário onde, na verdade, se desvendou o quadro de corrupção na Petrobras e outras empresas, tanto públicas como privadas?
Observem que o judiciário jamais impediu ou determinou que os negócios destas empresas fossem paralisados, estão apenas investigando casos de corrupção e avaliando envolvimentos, estabelecendo punições necessárias. Jamais pretenderam parar as empresas e seus negócios.
Acontece que estas empresas não são apenas grupos econômicos, dos mais robustos da nossa economia, são na verdade isso e mais uma enorme conexão de interesses numa rede de negócios.
Isso implica que, se para chegar de A até B você depende de C - que se liga a Z, e este depende de B e D, as coisas se complicam sobremaneira. Supondo que B seja o governo executivo (meio político), com seus valores de caixa em cofre, podemos imaginar a complexidade que decorre destas relações. E se no limite todos procuram B a rede se embaralha numa competição que envolve todas as possibilidades, especialmente as disputas no campo jurídico- onde a medida do tempo é ano luz.
Além disso, o caixa de B depende do bom funcionamento da rede que paga os impostos - que são as fontes dos recursos de B.
Pronto, o caos do sistema se desenvolve com rapidez e a chave do cofre - que vai minguando - desaparece.
O que resta então? Resta a poupança do setor privado e das famílias.
No setor privado estes valores são estratégicos e demandam boas condições para desencaixe em investimentos e outras aplicações.
Na sociedade este valor, historicamente, é muito baixo por diversas razões, especialmente pela incapacidade da sociedade adiar necessidades para melhores decisões no futuro.
Na outra ponta está o crédito para as famílias que, para enfrentar a crise desde 2008, sangrou esta parca possibilidade, pois crédito para consumo é dívida e custo enterrado.
O que resta então?
Resta uma necessária reestruturação do sistema, passando obrigatoriamente pelo governo, que custa muito e gasta mal.
Porém, estamos vendo que para o B da equação falta muito para o ajuste necessário, especialmente a coragem de roçar o seu quintal.
No desenrolar do impasse os ratos já estão se escondendo, pois da fome ninguém escapa.
E os “ratos” que se cuidem, pois estão em toda a parte - e sabemos onde eles se escondem.
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