Transparência
19-05-2014 19:51
A transparência das informações societárias quer econômicas, financeiras e patrimoniais exigem controles adequados e registros acurados.
Por controles podemos inferir uma gama de procedimentos, cruzados ou não, que possam garantir que os atos e fatos estejam de acordo com a lei e com as diretivas da sociedade.
Por registros acurados inferimos procedimentos fidedignos de registros dos atos e fatos com correção, correlação e rastreamento incorrompivel dos documentos que lhe são atribuídos.
Tudo isso faz parte de um bom sistema de controle e de registro mas, não prescinde de correção das ações na administração das sociedades.
Ora, nos dias atuais muito se tem falado em "erro" e procedimentos juridicamente "corretos" como sinônimos de inocência e lisura de decisões que podem ser questionadas sob outros pontos de vista.
Um ' "erro" pode ser intencional e calculado para produzir efeitos nefastos e nem por isso pressupõe inocência pelo fato de que" errar" seja humano.
Nem um documento corretamente elaborado sob o ponto de vista jurídico, com objeto, contratante e contratado habilitados perante a lei, prazo, preço, etc., significa que o contrato foi adequado do ponto de vista moral, social e ético.
Da forma como a corrupção se alastrou no nosso país estes elementos vem sendo utilizados como uma cortina de fumaça para ganhar o tempo necessário para o esquecimento dos fatos até que um novo assunto venha a cair no foco das atenções, relevando o anterior pelo tempo decorrido.
Da mesma forma se fala em corrupção como ato de uma só via esquecendo-se de que para cada corrupto tem de haver, necessariamente, um corruptor.
E a corrupção também, deve ser redefinida - pois, qualquer ato que se pratique tendo em vista a garantir mais direitos que um direito dá ou menos penalidades que uma pena prevê se traduz por um desvio tão danoso quanto suborno e outros crimes de corrupção.
Isso tudo afeta a transparência das sociedades e o resultado é uma escalada de desigualdades que se reflete em todas as áreas.
Por isso o zelo por procedimentos adequados e controles éticos deve sempre estar na ordem do dia das empresas e dos cidadãos.
Para isso não basta apenas ter-se boas ferramentas como software de ultima geração, contabilidade adequada e assessoramento jurídico de primeira linha.
Precisa-se, antes de tudo, ter-se uma educação social correta focada na preservação dos direitos e deveres para todos e, que se traduza numa cultura de correção e transparência das responsabilidades de cada um.
Autor: Ricardo M. Axer - AXR Consultores - 19-05-2014 - www.axrconsult.com
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